segunda-feira, 6 de abril de 2009

O PODER PELO PODER.

É o que se pode dizer sobre o verdadeiro objetivo do grupo do atual prefeito de Valença, Francisco Alcântara. Não é à toa que para conseguir "vencer" as últimas eleições, o mesmo passou por cima até mesmo do próprio passado, a começar pela sua saída do seu antigo partido, o PFL de tantas glórias e vitórias, no qual sempre gozou de prestígio quando a agremiação estava no poder. Depois, se uniu ao ex-prefeito Jarbas Matias, que no passado o acusava de incompetente e corrupto. Basta lembrar o que o próprio Jarbas fez ao tomar posse em 2001, quando mandou publicar em fachada pública os débitos herdados da segunda administração de Alcântara, fato que motivou a prefeitura a contratar uma auditoria por um período de 180 dias, tempo no qual a mesma ficou impedida de realizar qualquer convênio, pois estava com o nome incluído no CADIM(Cadastro de Inadimplência), sistema que contém as prefeituras que não honram seus compromissos, bem como o nome dos respectivos gestores. Isso foi considerado por Jarbas como um atraso para sua administração que depois veio mostrar-se ainda mais incompetente do que aquela que tanto criticava.
Foi nesse contexto que Alcântara voltou ao poder, contando ainda com a ajuda providencial do segundo governo Hugo Napoleão (19/11/2001 a 31/12/2002), fato que evitou uma debanda em massa de seus aliados, que foram logo acomodados no poder. Mas Hugo não se reelegeu, ficando Alcântara fora do poder. No entanto com Jarbas cada vez mais desgastado, o nome de Alcântara ressurge das cinzas, quebrando o ceticismo de muitos.
O seu terceiro governo foi marcado pela lentidão administrativa e política, bem como pelo inchaço da prefeitura, locupletada de pessoal não concursado, sendo a maioria deles marajás, aqueles que ganham sem trabalhar. Neste período quase nada foi realizado do ponto de vista estruturante em nosso município, gabando-se apenas do fato de pagar o funcionalismo em dia, algo que não é, nada mais que obrigação de todos os poderes. Em 2006, o prefeito trai o seu próprio partido, ao não apoiar para o senado, o seu então companheiro de partido Hugo Napoleão, aquele mesmo que lhe deu a mão quando muitos o abandonavam, em detrimento do empresário João Vicente Claudino, o candidato do governo. Mesmo com toda essa falta de sintonia com a população, o prefeito conseguiu ser "reeleito" com uma estreitíssima margem de 269 votos que representaram 2,4% dos votos válidos, bem diferente de suas outras vitórias, cada uma mais acachapante que a outra. Ao assumir o seu quarto mandato em 2009 sob suspeita de várias irregularidades cometidas em ano eleitoral, sendo a principal delas, compra de votos, Alcântara se depara com um processo de cassação impetrado pela coligação Coragem de fazer, representada pelo empresário Rubens Alencar, segundo colocado na última eleição, que alegou abuso do poder político e econômico por parte de Alcântara, prática comum no Brasil, principalmente entre detentores de mandatos majoritários, que para não perderem o poder são capazes de qualquer ato ilícito. O prefeito corre o sério risco de perder o cargo, mesmo depois de tornar-se o recordista de mandatos majoritários no município. Já pensou como seria entrar para a história como o primeiro prefeito cassado de Valença? É o que podemos chamar de ferida incurável.

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