sexta-feira, 19 de setembro de 2008

10 ANOS SEM DONIZETTI ADALTO

Hoje o Piauí relembra os dez anos da morte do Jornalista Donizetti Adalto, mas não são só dez anos sem o estilo dinâmico e combativo daquele paranaense com alma de piauiense, estilo este praticamente extinto no estado atualmente. São também dez anos sem a irreverência e o jeito irônico e contagiante de seus comentários, coisa que o fazia como ninguém. Esse jeito diferente de fazer jornalismo fizeram do D.A, como gostava de ser chamado um mito na história da televisão piauiense. Donizetti também criou bordões e frases que até hoje são lembrados pela população piauiense como: "Morro e não vejo tudo" e "Cristo está voltando", ou ainda palavras como gatunagem, tatú societi e mamismo, todas elas fizeram parte da trajetória de Donizetti.
Chamado de forasteiro por aqueles que se sentiram desafiados, não se inquietava e quanto às elites chamava-as de falida e fedida, não se importando com as ameaças que sofria. Ao longo de sua trajetória, foi âncora de diversos programas, boa parte deles ao lado do seu amigo e conterrâneo Carlos Moraes, com quem formou uma das melhores duplas jornalísticas da televisão piauiense. Um de seus últimos programas como âncora foi o memorável MN 40 GRAUS pela TV MEIO NORTE no horário das 13:00h. Este blogueiro apaixonado por programas de notícias desde pequeno não perdia um só programa, desde a chegada do sinal da TV MEIO NORTE em Valença, em agosto de 1997 até abril de 1998 quando Donizetti saiu do programa. Lembro-me bem que naquela época estudava à tarde,mas só ia para a escola depois que terminava o programa, pois o mesmo era simplesmente demais e prendia a minha atenção do começo ao fim.
Dois fatos me marcaram. O primeiro deles foi o caso da senhora Delzuite, que chamava a atenção não só pela sua baixa estatura, mas também pelas condições em que vivia, sem nenhuma fonte de renda. Donizetti ao abordar o fato comoveu o Piauí com a sua história e comandou uma campanha para ajudar aquela senhora, sendo ele o principal colaborador. O outro fato foi mais pelo lado investigativo, quando Donizetti fazia uma reportagem sobre uma servidora da Assembléia Legislativa de nome Aceneide que denunciava sofrer perseguições. Ao abordar o fato Donizetti criticou a omissão de alguns deputados estaduais diante do caso, citando o deputado Leal Júnior(PFL) que sempre ocupava o noticiário com críticas severas ao então governador Mão Santa ao qual fazia ferrenha oposição. Leal Pediu um direito de resposta e quando fez uso do mesmo, simplemente perdeu a linha e passou a baixar o nível quando Donizetti o acusou de ser um deputado fracassado, se referindo ao fato do mesmo ter sido candidato a prefeito de Teresina em 1996 e ter obtido apenas 3.000 votos. A partir daí o que se viu foi uma discussão acalorada, partindo para o lado pessoal. Contra a vontade de Donizetti o programa foi para o intervalo e na volta cada um apenas fez suas considerações finais e o programa se encerrou, este foi um de seus últimos programas na TV.
Depois disso decidiu entrar na política, se candidatando a uma vaga de deputado federal pelo pelo Piauí, onde era cotado em todas as pesquisas para ser o mais bem votado da história do estado e o resto da história todos já sabem do final. Mesmo morto Donizetti ainda recebeu 47.000 votos, entre eles o meu. No entanto para a surpresa de todos,Donizetti não foi morto por aqueles a quem denunciava. As balas da máfia foram disparadas por quem ele menos esperava, fruto de uma inveja de quem mesmo sendo do Piauí não desfrutava de uma popularidade tão brilhante como Donizetti. Encerrando minhas palavras, parafraseio-o dizendo: " É pau na máfia"e "Calar, não calo". Donizetti, você não Morreu e estará sempre vivo em nossa mente e em nossos corações. Justiça Já!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

CRISE DE IDENTIDADE

Não posso enxergar um futuro promissor para nossa cidade, pois nesta eleição teremos a difícil missão de escolher entre a eterna mesmice que há anos vem dominando os nossos destinos, tentando se perpetuar no poder e a arrogância desmedida do imperialismo capitalista instalado em nossa terra há algumas décadas.
Interessante é observar que a mesmice atual já foi brilhante no passado onde protagonizou estrondosas vitórias contra seus adversários a ponto de quase não existir quem a desafiasse, pois derrotá-la era uma grande utopia, sendo esta anos mais tarde desmitificada. Por outro lado é importante ressaltar que a dita arrogância ainda não dirigiu o público, pois ela veio a notabilizar-se no privado. Isso sem falar no fato de que ambas não nasceram do ventre de Valença, sendo adotadas como adultas, ou seja, o amor que elas sentem pela mãe não é o mesmo de um filho natural.
Tamanha crise de identidade é um tanto preocupante, uma vez que no passado a cidade foi berço de significativas lideranças que brilharam no cenário político estadual e até nacional. Todas estas lideranças, além de filhos da terra e darem sua contribuição para elevar o nome de Valença no mais alto dos patamares, deixaram raízes em nossa terra como continuadores de sua missão. No entanto, os filhos de Valença acomodaram-se em ver nossos destinos serem conduzidos por gente de fora que não possuem nenhuma identificação com nossa história. A grande pergunta que se faz hoje é: Onde estão os verdadeiros valencianos? Até quando vamos ter que votar em gente que não é da gente? Isso de certa forma contribui para a tal crise acima citada.
Valença é dos valencianos e está na hora de um deles dirigir os seus destinos para quem sabe a partir daí esta cidade possa alcançar a tão sonhada prosperidade. Enquanto isso não acontece teremos que nos contentar em escolher uma destas opções, não com a convicção de que uma delas seja a melhor, e sim partindo do pressuposto de que entre dois males há sempre um menor. Não quero com isso me colocar como diferente dos outros que defendem como ideal uma das opções que aí se apresentam para a nossa população. O que estou querendo é simplesmente conscientizar o nosso povo de que qualquer que seja o vitorioso neste pleito, ainda estará distante do que realmente merece a nossa mais do que bicentenária Valença do Piauí, não só pela honrosa e magnífica história, mas para que acima de tudo nossa cidade possa voltar a sorrir.
Que me desculpem os que vierem a discordar do meu posicionamento, é só uma opinião franca e sincera de quem um dia através de um simples voto já teve muita esperança de dias melhores para nossa terra. E antes que eu me esqueça, não sou candidato a nada, pelo menos nesta eleição.