sexta-feira, 17 de abril de 2009

COMO OS PADRES SERÃO LEMBRADOS.

De 1993 até 2007 pude acompanhar e fazer parte de alguns grupos da Paróquia de Valença, sendo o principal deles, o grupo de acólitos, ou coroinhas, como são mais conhecidos aqueles meninos que ajudam o padre no altar durante as missas. Neste grupo permaneci de abril de 1993 a fevereiro de 2002, vindo a terminar minha participação em grupos no início de 2007 na equipe de comunicação paroquial, portanto foram quase 15 anos de dedicação à Paróquia de Nossa Senhora do Ó e Conceição.
Durante todo este período, não só convivi com vários padres, como também obtive informações de alguns outros que aqui passaram, o que me permitiu traçar um perfil de cada um deles para entender um pouco da história recente desta paróquia. Vejamos cada um:
Padre RAIMUNDO NERY: Foi pároco em Valença de 1973 a 1986. Padre Nery, como era chamado, conseguiu, com sua popularidade, estabelecer um bom laço de amizades, não só em Valença, mas em outros municípios que na época pertenciam à nossa paróquia. No seu paroquiato foi adquirida e ampliada a casa paroquial, residência dos padres de Valença. Nery foi também protagonista de inúmeras histórias hilárias que até hoje ainda são lembradas por aqueles que acompanharam o seu tempo. Faleceu em 2005 na capital Teresina, onde residia, aos 64 anos.
Padre AMADEU MATIAS: Foi pároco em Valença de 1986 a 1990. Era um padre popular, carismático e organizado. Criou o grupo de acólitos e tinha como ponto forte as suas pregações, sempre muito eloquentes e marcantes.
Padre ANTONIO CRUZ: Auxiliou o padre Amadeu Matias como vigário paroquial de 1987 a 1989. Destacou-se pelo carisma, bem como pelo seu lado esportista, pois quando aqui esteve, era comum vê-lo jogando futebol pela cidade, fato inédito até então, em se tratando de um padre, o que para muitos católicos tradicionais causou uma grande surpresa.
Padre JOÃO MOURA: Foi pároco em Valença de 1990 a 1991. Por sua rigidez, assim também pela forma irônica como se dirigia às pessoas, muitas vezes publicamente, não foi muito bem
compreendido pelo povo.
Padre GILBERTO FREITAS: Auxiliou o padre João Moura como vigário paroquial, quando este saiu, assumiu como pároco em 1992, onde permaneceu até 1997. O seu paroquiato ficou marcado pela grande atenção que teve com a área pastoral, como também pela sua grande identificação com as pessoas mais humildes, fruto de seu jeito simples de ser. Articulou a criação de inúmeras capelas nas zonas urbana e rural da paróquia. Outro ponto alto de sua passagem por Valença foi a grande organização administrativa da paróquia, com prestações de contas regulares e total transparência no que fazia. Ao final de seu paroquiato lançou o livro História de um povo e sua fé, que faz um relato histórico da paróquia de Valença, desde sua criação até a época que aqui trabalhou. Quando saiu de Valença, foi estudar em Roma na Itália, onde permaneceu por dois anos, fazendo o curso de Mestrado em Direito Canônico.
Padre ADELINO RIOS: Foi vigário paroquial de 1995 a 1997, auxiliando o padre Gilberto Freitas. Criou o grupo de consciência negra da paróquia, que viria a ser extinto no paroquiato seguinte. Ao sair de Valença, tornou-se o primeiro padre da recém-criada Paróquia de São José, no município de Inhuma.
Padre LAURO DE DEUS: Ficou à frente da paróquia de 1997 até o início de 2004. Criou o grupo do ECC (Encontro de casais com Cristo), grupo este que teve apoio mais que especial, em detrimento de outros já existentes. Assim que chegou procurou excluir paulatinamente os remanescentes do período do padre Gilberto Freitas. Auto denominando-se de popstar, padre Lauro arriscou ser cantor, realizando shows e gravando músicas, que aliás era a sua prioridade, ao lado do sempre protegido ECC. Outro fato marcante de seu período foi o afastamento do padre Raimundo Marques das atividades religiosas, motivado pela forma ditatorial com que agia, não poupando nem mesmo o horário das missas, quando muitas vezes a usava para desabafos meramente pessoais. Mas a principal marca de sua passagem foi a total desorganização administrativa da paróquia, onde o que menos se via era transparência, tão comum em outrora.
Padre FRANCIMILSON GONÇALVES: Foi pároco em Valença de 2004 até o início de 2007. Reorganizou administrativamente a paróquia, assolada pelo paroquiato anterior, igualando-se neste quesito ao padre Gilberto Freitas. Manteve um bom trânsito com as correntes políticas de Valença, evitando polêmicas. Com o seu jeito simples e harmônico de ser, conseguiu vários benefícios para a paróquia, sendo o principal deles a reforma quase que total da Igreja Matriz. Também era esportista, gostava de jogar vôlei, fato que possibilitou o seu bom relacionamento entre a juventude.
E Padre MIGUEL JÚNIOR, como será lembrado futuramente? Por enquanto ainda não é possível afirmar, visto que o seu paroquiato ainda está no início. No entanto é necessário dizer que Valença, como uma paróquia centenária, espera muito de seus padres, embora algumas vezes não colabore para um bom trabalho. Todavia, cada padre tem uma forma diferente de trabalhar, com defeitos e qualidades inerentes a qualquer ser humano.

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